O milagre da lavagem de dinheiro

Suponha que você é um traficante de drogas. Você mora na favela e ganha rios de dinheiro traficando drogas. Gostaria de viver no asfalto e investir seu dinheiro em negócios legalizados como imóveis, carros e ações, mas sabe que se comprar estes bens pode despertar a curiosidade da Receita Federal e acabar acusado de sonegação fiscal. Por outro lado, você não pode declarar sua renda e recolher o imposto de renda, pois a origem da grana é ilícita. Conclusão: seu dinheiro sujo não serve pra muita coisa, pois, se você resolver gastá-lo, poderá levantar suspeitas.

Então, num belo dia, você tem uma brilhante idéia: montar uma lavanderia na favela. Sim, uma lavanderia na favela não parece ser um negócio muito lucrativo, pois a maioria dos moradores lava sua roupa no bom e velho tanque. Mas é aí que vem o pulo do gato: esta lavanderia não serve para lavar roupas, mas para lavar dinheiro. Você não tem fregueses, mas inventa notas fiscais diariamente como se sua lavanderia fosse a mais requisitada da cidade e, por via das dúvidas, deixa as torneiras ligadas, para caso alguém resolva conferir a conta d’água. E o mais importante: você paga todos os seus impostos pelas lavagens de roupa fictícias rigorosamente em dia.

Parabéns! Com este pequeno estratagema você transpôs a sutil fronteira que separa um asqueroso traficante de drogas de um respeitado microempresário do ramo de lavanderias.

Ah! Você não tem vocação para dono de lavanderia? Então monte um outro negócio qualquer na área de prestação de serviços. Serviços espirituais, por exemplo! Que tal uma igreja evangélica? A principal vantagem em relação à lavanderia é que você terá imunidade tributária e não precisará emitir notas fiscais para as doações fictícias recebidas. E, se você for um sujeito talentoso, poderá inclusive ganhar algum dinheiro com doações reais de seus fiéis. Com o dinheiro das drogas somado às doações de seus fiéis, em pouco tempo, você será um pastor respeitado por toda a sociedade brasileira.

O problema de lavar dinheiro por meio de uma igreja é que, em tese, você só poderá gastá-lo em obras de caridade e para o sustento da própria igreja. Nada de investi-lo em empresas com fins lucrativos. Se o negócio crescer muito e você não mais se contentar em ter bons imóveis e bons carros, terá que lavar novamente o dinheiro para adquirir empresas com fins lucrativos.

Uma solução é remeter este dinheiro para o exterior e lá criar empresas que emprestem dinheiro para brasileiros. Assim, o dinheiro poderá voltar para o Brasil legalizado a título de empréstimo e, finalmente, você poderá investi-lo em empresas com fins lucrativos no Brasil.

Tudo muito complicado? Pois é! Imagine a dificuldade que a polícia e o Ministério Público terão para provar toda esta lavação de roupa suja em juízo.

Pronto, você já sabe lavar dinheiro, em lavanderias e igrejas. Tente imaginar agora como lavá-lo vendendo pintura abstrata ou jogando na loteria.

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ADVERTÊNCIA: Este é um post didático, com a mera finalidade de explicar para leigos o crime de lavagem de dinheiro. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência.

31 comentários em “O milagre da lavagem de dinheiro”

  1. “Uma solução é remeter este dinheiro para o exterior e lá criar empresas que emprestem dinheiro para brasileiros. Assim, o dinheiro poderá voltar para o Brasil legalizado a título de empréstimo e, finalmente, você poderá investi-lo em empresas com fins lucrativos no Brasil.”

    Só tome cuidado para não se interessar por empresas com fins lucrativos dos ramos de rádios, tv’s e jornais. E, se for impossível resistir a esta “tentação”, previna-se para não roubar ibope da “grande mídia”, pois ela poderá dedicar quase uma edição inteira de jornal para detonar o seu “inocente” investimento e acabar com a linda imagem que você levou anos para construir.

    =D

  2. Não estranharia que esses pastores estivessem metidos com tráfico de armas também. Sabe como é, traficante também precisa ter seus meios de trabalho.

  3. Mais do que dinheiro, algumas ‘instituições religiosas’ lavam mentes. Algumas pessoas se transformam em verdadeiros caixas eletrônicos, basta saber a senha, digitar, logo sai o dinheiro para o fim desejado.

  4. Loteria me lembra os Anões do Orçamento, especialmente João Alves: “ganhei 272 vezes na loteria porque Deus me ajudou”.

    Era pra alguém ter lascado uma bolacha bem estalada na cara dele no momento que disse isso. Ao invés disseram: “VOSSA EXCELÊNCIA respeite esta casa”.

    Só falta virar lei a obrigação de andar com nariz de plástico vermelho…

  5. Generalizar citando “abrir Igreja evangélica”… é o mesmo que atestar credibilidade à generalização que fazem sobre os “operadores do Direito” nas piadas e comentários sobre advogados. Seriedade e decência existem tanto em ALGUMAS igrejas, quanto em alguns advogados. Torço para que a ala da seriedade e decência seja a regra, não a exceções.

    É de bom alvitre lembrar que de “doações” vivem outros ramos denominacionais, inclusive a “oficial” (vide, inclusive, o famoso caso de “apoio ao nazismo”, que rendeu polpudas “doações”). Qual o controle que fazem sobre a “oficial” e as demais??? Posso citar casos de denominações “evangélicas” que fazem o correto registro e escrituração contábil.

    Concordo que a legislação e a fiscalização “pecam” (OPS!) quando não exercem nenhum controle sobre os “criadores de igreja” e sobre “pastores” que nunca frequentaram um seminário… mas isso é tão comum quanto a ausência de controle exercido sobre as ações de parlamentares, empresários, fiscais da leis, judiciário, advogados… em cada caso “destes” temos “bíblias” em relatos de lavagem e desvio de dinheiro. Digo mais: O problema não é somente a ausência de controle, mas a ausência de punição para os que são flagrados em “pecado”.

    Quanto a “isenção tributária”, a história demonstra que que trata-se – apenas – de “igualdade de direitos”, afinal se a “oficial” tem, as demais também merecem.

    1. AC777,

      E desde quando um exemplo didático é uma generalização? É claro que a maioria das lavanderias foram criadas para lavar roupa e é claro que a maioria das igrejas evangélicas foram criadas para adorar um deus.

      Onde foi que você leu que “toda igreja evangélica é instituição de fachada para lavar dinheiro”? Aqui é que não foi!

      Será que vai aparecer algum dono de lavanderia por aqui reclamando deste post?

  6. Sorry:
    “Em tempo”:
    Este é um comentário didático, com a mera finalidade de explicar o inexplicável. Qualquer associação a qualquer post didático é mera coincidência.

  7. Tulio… Cuidado que com certeza os donos de lavanderias vao revindicar … huahuahuahauhuahuah
    tem gente que nao sabe ler mesmoo… morro de do!!!!
    Genialllllll este EXEMPLO DIDÁTICO…

  8. ainda bem que qualquer semelhança com a realidae é só mera coincidência! muito assustador esse pessoal todo lavando mentes pela periferia afora aí, seria….muito perigoso…

  9. É…essa história de exemplo é capaz de já ter soado como “boa idéia”…para alguém, que estava olhando o “monte” e preocupado pensava.
    E agora? rsrsrs

  10. Não é engraçado que nas campanhas publicitárias de certa igreja pentecostal a gente vê que todo fiel, antes de ser seu seguidor, estava na mais absoluta miséria material e depois da conversão se transforma num próspero empresário, com três carros na garagem, empregados, casa de praia, etc., etc.. Isso me lembra aquela coisa de regressão de vidas passadas: todo mundo foi faraó, já repararam? A pergunta então é: Se todo mundo foi faraó, quem construiu as piramides? Se todo mundo se torna empresário…… bom, deixa pra lá, essa comparaçãoque eu fiz é apenas uma especulação hipotética sem nenhum, vínculo com o real.

  11. Oi Professor! Descobri seu blog e Twitter ha pouco tempo e realmente gosto da sua visao e estilo. Queria mandar isto para vc, que ja mandei no Twitter:

    http://bit.ly/3Pjdlh

    Eh uma historia gritante sobre uma igreja evangelica aqui nos EUA que tambem estou roubando, e roubando muito feio. Me faz a sangue ferver!

    bjos

  12. Opa, o outro comentario teve um erro…

    Oi Professor! Descobri seu blog e Twitter ha pouco tempo e realmente gosto da sua visao e estilo. Queria mandar isto para vc, que ja mandei no Twitter:

    http://bit.ly/3Pjdlh

    Eh uma historia gritante sobre uma igreja evangelica aqui nos EUA que tambem esta roubando, e roubando muito feio. Me faz a sangue ferver!

    bjos

  13. Tenho telhado de vidro, sou filha de pastora evangélica, não vi nenhuma generalização, apenas um exemplo de procedimento que infelizmente minha mãezinha não teve a inteligência de adotar… é pobre de marré deci, eu funcionária pública municipal… ainda lhe empresto uns trocados… Tulio, como sempre louvo te!

  14. Será que o 1º vencedor da Fazenda vai ficar feliz em saber que ganhou um dinheiro abençoado por fiéis?

  15. Aqui no meu bairro, o mesmo do Thiago Coacci, tem uma igreja evangélica muito poderosa. O dono dela inovou! Ele criou uma gráfica onde o principal, e único, cliente é a igreja e o colégio da igreja, assim ele ficou rico trabalhando honestamente.

    Facil né? vender para si mesmo vc pode colocar o preço que quer.
    Ele tem uma mansão e sei que tem varios carros importados e a familia anda com motorista pra cima e pra baixo.

  16. Esclarecendo didaticamente: Como administrador e curioso das leis, minha intervenção não foi para depreciar o artigo do prof. Tulio. Sou frequentador assíduo do blog (embora eu discorde de algumas coisas, concorde com muitas outras e aprenda sempre que faço análises críticas).

    Minha participação, que me concedeu o título de defensor, deu-se apenas na análise do seguinte texto:
    “Que tal uma IGREJA EVANGÉLICA? (grifo meu) A principal vantagem em relação à lavanderia é que você terá imunidade tributária e não precisará emitir notas fiscais para as doações fictícias recebidas.”

    O texto legal nos ensina que não precisaria ser, necessariamente, uma “igreja evangélica” para se obter os “benefícios” legais, ou seja, ampliam-se as possibilidades de constituição de negócios (lícitos ou não).

    Ao se referir a “igreja evangélica”, limitou-se o benefício da lei ao seguimento das igrejas oriundas da Reforma Protestante (generalizando-as, visto que no seguimento existem diversas sub-divisões, como as tradicionais, as pentecostais, as neo-pentecostais, etc., etc.).

    Apenas para ficar no âmbito religioso, temos na Constituição Federal que:
    “Artigo 150 – sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal, e aos Municípios:
    (…)
    VI – instituir impostos sobre:
    (…)
    b) templos de QUALQUER CULTO; (grifo meu)
    (…)

    Aliomar Baleeiro (Citado por Alexandre de Moraes) escreveu:
    “o templo não deve ser apenas a igreja, sinagoga ou edifício, onde se celebra a cerimônia pública, mas também a dependência acaso contígua, o convento, os anexos por força de compreensão, inclusive a casa ou residência oficial do pároco ou pastor, pertencente à comunidade religiosa. desde que não empregados para fins econômicos.”

    Minha humilde e tola participação em nenhum momento questionou aspecto didático dos textos do prof. Tulio, apenas ressalta a amplitude do texto legal, não limitado aos templos evangélicos.

    Uma rápida observação na minha tola intervenção mostrará que defendo a punição em qualquer culto que tenha obtido vantagens ilícitas do benefício constitucional.

    Defendo também a punição daqueles que se aproveitam da boa-fé dos crédulos na religião (de qualquer culto) e tenho me surpreendido e ficado feliz com as várias sentenças que foram e estão sendo proferidas (devolução de bens, valores, joías, etc.) em benefício dos fiéis e como sanção aos aproveitadores.

    Cordialmente e honrado por participar das discussões aqui.

    Amaury (@Amaury777)

  17. AC777 é tudo questão de praticidade.

    Abrir uma igreja “oficial” (para usar a sua nomenclatura) é algo impraticável, tem que pedir autorização a 1001 pessoas e orgãos, um padre responsável que passou por uma extensa formação. Não é ideal para um plano de lavagem de dinheiro. (Não que você não possa usar uma já existente…)

    Agora abrir uma igreja evangélica, hoje em dia é tão fácil quanto abrir uma empresa. Basta 3 coisas: 1) Um local. 2) Uma placa 3) Uma pessoa bem vestida (leia-se pastor). Os fiéis brotam quase que por geração espontânea. Isso não significa que não existam igrejas evangélicas sérias, apenas que a facilidade de se abrir uma facilita a existência das não-sérias.

    Viu, o problema não é a vertente da igreja, mas a mera praticidade para o exemplo em questão.

    Alias, se quer saber minha opinião, a diferença entre a igreja “oficial” e a evangélica é que a “oficial”-por possuir mais experiência, afinal é bem mais velha- esconde melhor as merdas que faz. Mas as duas (três, quatro ou quantas mais existirem) estão podres.

  18. Huahuahua… sou “obrigado” a concordar com a praticidade.

    Porém, frise-se: “templo de QUALQUER CULTO”, estendendo-se ALÉM das cristãs ou das que se “utilizam” do cristianismo como fonte de enriquecimento.

    Quanto ao processo legal de constituição de igrejas (“sérias”), exige-se:
    – Constituição do Estatuto;
    – Composição administrativa;
    – Registro nos órgãos competentes;
    – Regularização junto a Fazenda Nacional (com CNPJ);
    – Realização de assembléias ordinárias e extraordinárias (conforme o estatuto);
    – Regularização junto ao Município (Alvará de licença e funcionamento, AVCB, instalação de equipamentos de segurança e prevenção);
    – ELEIÇÃO” de pastores (com formação de 5 anos em seminários, conforme as “tradicionais”);
    – Escrituração contábil.

    Porém, mesmo estando devidamente regularizada, se não tiver uma organização administrativa e financeira, vai tudo para o ralo. O problema é “ter um dono”… e igrejas com dono… são do dono.

    Quanto a “lavagem de dinheiro”, tem uma matéria muito interessante explicada por PERITOS CRIMINAIS FEDERAIS: http://bit.ly/y5rnn

  19. Estou conhecendo o blog hoje e já gostei do que vi. Não resisti e resolvi comprar essa “briga” também! hahaha…

    AC777, o que o sr. não percebe é que prof. Tulio usou a igreja evangélica como EXEMPLO, assim como fez com a LAVANDERIA. Em momento algum ele afirmou que os beneficios concedidos a ela eram exclusivos nem que todos os donos dessas igrejas são corruptos.

    Dr. Tulio, parabéns. Já virei frequentadora assídua!

  20. Perfeito, Marcela (e demais).

    Em nenhum momento questiono o modelo, o exemplo didático. Questiono a “limitação ao espírito empreendedor” (rsrs).

    Se pensarmos em “facilidade”, melhor abrir um Terreiro, porém se pensarmos em muito “dinheiro sujo” para lavar, não vai ser uma igreja constituída num canto escuro de uma rua que vai possibilitar tal mecanismo.

    Estou desvinculando deste pensamento (empreendedor) e da discussão as duas (2) igrejas da “moda”, para não trazer paixão ao argumento e tirar a lucidez do texto.

    Surge a PERGUNTA: Quantos casos concretos de “lavagem de dinheiro” temos nas mãos??? RESPOSTA: Temos nos últimos 30 ANOS dois exemplos clássicos de acusações (E PROCESSOS) de lavagem de dinheiro envolvendo “IGREJAS EVANGÉLICAS”:

    CASO 1 (Início em 1977): A “Inimiga da Globo”, que começou sem grandes sonhos e advinda de uma divisão de outra igreja. Por adotar uma “miscelânea” doutrinária, pregar a prosperidade e dar caráter emocional (exagerado) ao seus cultos, atraiu no seus anos iniciais a massa das classes C, D, E, F e G da população. Sua pregação tinha por base o mote: Não importa quanto, apenas dê tudo que puder e você receberá a bênção. RESULTADO: 15 milhões de membros (expandiu para a classe B), 50 mil templos e presença em mais de 170 países.

    CASO 2 (Início em 1986): A protagonista da “Matéria da Época” iniciou suas atividades, também, sem imaginar o resultado do “milagre”. Utilizando-se de técnicas de marketing e com forte apelo à juventude (grandes espaços, informalidade, rock, atrações internacionais, etc.) e, também, pregando a prosperidade. Seu grande diferencial foi atrair (para seus cultos/shows) jovens de outras denominações, que encontravam “lá” a informalidade que não tinham nas suas igrejas, cativando um público consumidor de camisetas (moda gospel), lanches (lanchonetes gospel), shows (gospel), literatura (gospel), passeatas (gospel) etc. RESULTADO: 2 milhões de membros (expandiu para empresários e casais), 1.200 templos e presença em diversos países.

    Registre-se: Ambas são NEOPENTECOSTAIS, título que caracteriza igrejas fundamentadas na pulverização teológica, misturando o gnosticismo das religiões metafísicas com o cristianismo pentecostal. Adotam “doutrinas” como “Batalha Espiritual”, “maldições hereditárias”, “possessão de crentes” e, com isso, apresentam a solução para os problemas dos “crédulos”.

    Para esclarecer, estou usando didaticamente DOIS exemplos de igrejas envolvidas em acusações, exemplos que foram DESTACADOS pela mídia. Existem muitas igrejas neopentecostais sérias (torço por isso).

    A minha intervenção é baseada no “espírito empreendedor” (não confundir com o “Espírito Santo”, das boas igrejas, nem com “espírito de porco”, das más igrejas): Tirando os dois exemplos “clássicos” e explorados pela mídia… quais outras igrejas temos para usar como exemplo de lavagem de dinheiro? Nem a 3ª maior igreja, do “ex-sócio” do primeiro caso tem qualquer indício aceito, mesmo tendo milhões de seguidores e milhares de templos.

    Meu exemplo didático de empreendedorismo esbarra, também, se migrar para a área pentecostal: Faltam exemplos de acusações de lavagem de dinheiro.

    Finalmente, se direciono meus investimentos empreendedores para a “ala tradicional” dos EVANGÉLICOS… estarei fadado à FALÊNCIA, pois não temos indícios ou acusações que envolvam as denominações Batistas, Presbiterianas, Metodistas, Luteranas… etc. (Sem falar que, por não prometerem “prosperidade”, não atraem tantos membros e interessados).

    Mais um registro importante: NÃO ESTOU me referindo a “falcatruas” ou enriquecimento “sem causa” de pastor/padre/bispo/apóstolo “A”, “B” ou “C”. Isso caracteriza a ausência de caráter da pessoa. A denominação apenas poderá responder objetivamente pelo danos causados pelo seu “representante” (que poderá responder penalmente ou civilmente, conforme temos visto).

    Infelizmente, não posso discutir sobre as perspectivas de sucesso no “empreendedorismo” de uma lavanderia, mas posso acrescentar mais detalhes (inclusive estatísticos) que a possibilidade de “sucesso nos negócios” (de lavagem de dinheiro) usando uma igreja evangélica (me atendo ao exemplo citado)… não é grande.

    Na matéria que sugeri, na Revista dos Peritos Criminais Federais, tem uma explicação como acontece a “lavagem de dinheiro”… um esquema que permite a evasão de milhões e milhões… quase sempre utilizando-se de empresas e influência pessoal, como demonstra o recente caso de pedido de devolução de 300 milhões, requisitado pelo MP.

    Cordialmente.

    Amaury

  21. A alma do brasileiro esta precisando de uma boa lavada. Torço para que a Justiça consiga levar este bispos ladroes para a cadeia, e que tudo não acabe em pizza.

  22. Coacci,

    só acrescentando, abrir igreja evangélica não é tão fácil como abrir empresa…é MUITO MAIS FÁCIL.

    Túlio,

    delícia de texto. Aqui na minha cidade, um bandido que era presidente da assembléia legislativa do estado, abria salão de beleza. é incrível a quantidade de salão de beleza que tem por aqui. ele abria junto com algum sócio laranja, geralmente uma humilde manicure ou cabelereira. Além de lavar o dinheiro de trafico de drogas e de armas (o cara era da pesada) ele ainda ganhava votos, porque a sócia achava ele a coisa mais bacana desse mundo e votava nele junto com a família, os amigos, a comunidade e até os clientes.
    Cheguei a me desentender com uma dessas uma vez porque ela tentou, enquanto me manicurava, me manipular para votar nele. aiaiai
    coloquei tudo no passado porque o tal do bandido foi cassado e preso. Não ficou na cadeia muito tempo, mas está sem direitos políticos e ainda pode ir para cana a qualquer momento.

  23. O Pior de tudo é que usam o nome de Deus para enganar as pessoas de bem. O preço será muito alto para esses falsos profetas.

  24. aqui em minha cidade tem oito seitas pilantróficas destas abertas na mesma rua, todos disputando os tostões da população carente do local e a incrivel coescidencia nesta história é que esta rua de que falei fica próxima a maior boca de fumo da cidade! e alguém já notou como o tráfico tem aumentado depois do aparecimento destas seitas! sinistro!!

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